Carniça
Nova entrevista
aqui no VIOLENT NOISE. É uma honra imensa recebermos o CARNIÇA, grupo de
Death/Thrash Metal nacional que muito bem representa o som extremo no nosso
país. Falamos com o Parahim Neto, o
guitarrista do grupo, e ele nos relatou alguns momentos da banda: começo de
tudo, encerramento temporário das atividades, tributo ao RUNNING WILD,
lançamento do último álbum e outros diversos assuntos.
Confiram a
entrevista e vamos apoiar o nosso Underground. Demais detalhes também podem ser
obtidos no Facebook oficial do grupo.
Apreciem,
divulguem e prestigiem!
O grupo surgiu em
abril de 91. Como se deu a ideia de formar a banda?
Parahim: A CARNIÇA já existia enquanto projeto
antes de abril, mas foi nesse momento que eu e o Marlo, que já vínhamos
ensaiando juntos, realizamos uma jam session com Mauriano e o então baixista
Márcio Veeck num feriado de abril. Nesse dia tudo se encaixou e aí recebemos o
convite pra formarmos juntos a banda definitivamente.
Como foi a
escolha do nome?
Parahim: Naquela época de muita influência de
SEPULTURA, procurávamos um nome em português e que fosse agressivo. O baixista
Márcio Veeck veio com essa proposta depois de ver o verbete no dicionário.
“Carniça” parecia ser algo agressivo, que representaria bem a podridão do ser
humano que a gente queria abordar nas letras.
Em 2004 vocês
encerraram as atividades e voltaram anos depois. Por que a decisão de
encerrar?
Parahim: Em 2004 a banda já vinha de algumas
deformações e mudanças, inclusive já tínhamos decidido ser um trio, após a
saída do segundo baixista, Cesar Boufleur. Ao mesmo tempo, todos estávamos
envolvidos com projetos pessoais que nos desfocavam da banda. Então quando
aconteceu o contratempo no projeto do cover do RUNNING WILD foi um balde de
água fria no ânimo e decidimos dar um tempo pra resolver nossas questões
pessoais.
Como se dá a
criação das letras, composições e temáticas utilizadas?
Parahim: A composição das músicas acontece em
etapas diferentes. Na parte rítmica e de melodia, a composição vem de ensaios
entre eu e Marlo e agora mais recentemente com o Vini, nosso novo baixista. O
letrista é o Mauriano, é dele que chegam as letras e é dele o trabalho de
encaixe das letras nos sons propostos por nós. É meio caótico se pensar em
processos padrão de bandas que se juntam para criar letra e música juntos na
mesma hora, mas como há sintonia, temática comum a todos e uma irmandade (são
dois irmãos e um primo juntos há mais de 25 anos) que nos aproxima mais, tudo
funciona.
Vocês
participaram de um tributo ao RUNNING WILD. Como isso aconteceu?
Parahim: Ficamos sabendo do projeto ainda em
2002/2003. O Mauriano fez os contatos pessoalmente com o manager do projeto e
houve um acerto verbal da nossa inclusão no CD principal. Após isso o projeto
deu uma esfriada, quando já tínhamos gravado a primeira versão, que foi o que
comentei anteriormente. Depois em 2004 foi retomado, mas precisamos entrar numa
seletiva e passamos com uma nova versão de “Mordor”, regravada. Apesar dos
contratempos foi massa e deu uma boa visibilidade internacional.
Vocês já fizeram
show na Argentina. Como foi a repercussão de vocês lá?
Parahim: Tocar na Argentina é do caralho. É um
dos povos mais rockeiros da América Latina, isso está na veia deles. O nosso
trabalho sempre foi superbem recebido por eles, tanto que fizemos três mini
tours por lá tocando em cidades como Buenos Aires, Rosário, Totóras e Santa Fé.
A gente criou um carinho especial pela Argentina depois dessas experiências e
temos fãs por lá que nos acompanham desde então.
Vamos falar sobre
álbuns, mais especificamente sobre “Carniça”, o último Full. Qual foi o impacto
deste lançamento na carreira da banda?
Parahim: O impacto maior do “Carniça”, de 2017,
foi interno e diz respeito a amadurecimento. Foi um álbum menos “ensaiado”
previamente e muito mais criativo dentro de estúdio. E olha que foi criado e
composto num novo momento de transição com a saída do Mauriano do baixo para se
dedicar somente aos vocais. Ainda assim, pudemos notar que a recepção dele pela
base de fãs foi superboa, inclusive com as apostas que fizemos nos sons com
letras em português, uma novidade na banda. A “Revolução Farroupilha” teve
ótima repercussão e é sempre citada nas abordagens e com a imprensa. Então, de
uma forma geral, o resultado foi superpositivo!
Como
tradicionalmente fazemos ao fim das nossas conversas, gostaríamos de deixar o
espaço aberto a vocês para deixarem um recado aos fãs, seguidores e
apreciadores da banda.
Parahim: Primeiro a gente agradece. Porque os fãs
da banda, os bangers num geral, que suportam o Underground, merecem todo
respeito e nosso agradecimento. Não é à toa que estamos na batalha mais de 25
anos. Continuem dando força para as bandas, principalmente às bandas autorais.
Vão aos shows, prestigiem a cena e as produções locais, que não raro têm visto
o público escassear. Nada substitui a experiência ao vivo de um show de Metal.
A força do Metal é coletiva e esse estilo de música e vida é eterno. \\m//
Fotos: Arquivo da banda
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