MIRZA
É com grande
orgulho e honra que anunciamos nossa primeira entrevista de 2019 no VIOLENT
NOISE. E para iniciarmos o ano com chave de ouro, a banda convidada é um trio
de São Paulo que faz um som diferenciado e bastante original. Com vocês: MIRZA,
um grupo formado por Kêco Geronimo (viola e voz), Marcos Paulo Geronimo
(bateria) e Adriano Ticiano (baixo). Conversamos com o Kêco que nos deu
diversas informações sobre o grupo e nos detalhou assuntos como o surgimento da
banda, a escolha do nome e os planos futuros.
Confiram a
entrevista e vamos apoiar o nosso Underground. Demais detalhes também podem ser
obtidos através do e-mail: kec0.ger0nim0@hotmail.com
Apreciem!!
Quando e como a
banda surgiu?
Kêco: No final de 2014, começo de 2015. Antes
era um duo, só eu e meu irmão na bateria. A intenção era conseguir ser pesado
sem distorção nenhuma. Eu tinha uma viola caipira em casa e resolvi usar.
Liguei para ele e perguntei: “Quer fazer som pesado com uma viola?”. Ele
respondeu com outra pergunta: “Dá pra fazer isso?”. E eu retruquei dizendo que
se não desse a gente não continuaria. Acho que deu.
O que significa
MIRZA e qual a origem do nome?
Kêco: Somos muito fãs de cinema, quadrinhos e
tudo relacionado a terror. Mirza é o nome da personagem de HQ criada pelo
Eugênio Colonnese, é a Mulher Vampiro. Ela sempre foi referência para gente na
infância e foi muito fácil decidir o nome. É uma homenagem e uma volta à nossa
infância, de certa forma.
Vamos falar de
sonoridade. Sabemos que o MIRZA é um grupo que mescla diversos elementos,
tornando-se assim uma banda bastante original e criativa. Quais são as
influências musicais do grupo e como é o processo de composição e criação das
letras?
Kêco: Acredito que o que torna o MIRZA original
é o fato de cada um dos 3 integrantes da banda ter referências musicais
completamente distintas, mas que casam bem no final do dia. Quando eu e meu
irmão decidimos trazer o Tadeu (Adriano Ticiano) para ser o baixista, foi
porque sentimos a necessidade de expandir, só que eu não queria um baixista
tradicional. Eu falo para ele que ele não é nosso baixista, é o responsável
pelos efeitos sonoros nas músicas.
Não sigo um
padrão de composição. Sou meio indisciplinado com isso, mas normalmente eu levo
os riffs ou o esqueleto da música já montado e mostro para eles que contribuem,
e muito, até chegar ao resultado esperado. Escrevo pensando em como será a
bateria. Gosto de desafiar meu irmão porque sei que ele vai entregar uma batida
melhor do que eu imaginei. Eles me mostram alguns caminhos que a música pode
seguir, que até então eu não tinha enxergado. Essa é uma vantagem das
diferentes influências individuais.
As ‘cagadas da
civilização’ que inspiram. Eu sempre tento escrever minhas letras estilo Zappa,
usando uma maneira mais irônica e sarcástica de apontar uma situação, seja ela
a mais absurda.
Qual ou quais os
gêneros em que o MIRZA se enquadra?
Kêco: Putz... o que eu gosto nessa banda é
poder não pertencer a um gênero específico. Mas claro que nossas levadas Thrash
Metal dos 80, Prog. e Trilha Sonora apontam para onde vamos. Fazer música
autoral e pesada usando uma viola caipira, sem guitarra e num formato trio, me
deixa à vontade para fazer o que eu bem entender. O Tadeu chamou de Rural Extremo, gostei. Eu
já chamei de ExperiMetal. Não me preocupo muito com isso. Gosto de pensar que
podemos tocar em qualquer lugar/situação, desde Wacken e Hellfest até o baile
da Maria Cebola na igrejinha da Vila Santa Catarina.
Cenário do Rock
no Brasil: Como vocês avaliam?
Kêco: Sem graça. De repente todo mundo tem
banda, mas INFELIZMENTE essas bandas soam todas parecidas. Poucas aparecem sem
medo de inovar, seja no formato ou no som, caso do Test, da Huey Band, do
Jarakillers. Grandes bandas. Mas no geral, sendo bem honesto, é um cenário
pouco atrativo musicalmente para mim.
Quais os planos
para o futuro?
Kêco: O MIRZA, como deu pra perceber, não tem
muita pressa. Nem em rede social nós estamos. Temos músicas o bastante para 2
discos e ainda sequer discutimos sobre gravação. Algumas ideias são muito boas
e até originais para lançamentos futuros, tentando tirar proveito dos formatos
existentes. Mas requer grana e paciência. Temos que juntar ambos. Haha.
Cite uma banda
nacional e uma internacional que vocês gostariam de tocar e por qual motivo?
Kêco: Essa respondo por mim, e depois você pode
perguntar para os outros 2:
Nacional –
Oligarquia (e agora o Quilombo). Sou fã. Tocar com o Panda Reis sempre foi
divertido. É tocar sério, seja para 3 ou 300 pessoas assistindo.
Internacional –
Para escolher uma só, acho que o Primus. Para poder ver o Les Claypool
esmerilhando o baixo de pertinho.
Estamos finalizando
nossa entrevista e, como sempre fazemos, gostaríamos de deixar o espaço aberto
para o grupo. Mandem um recado aos seus fãs.
Kêco: Espero que agora em 2019 a gente tenha
uma agenda de shows agitada, para poder mostrar às pessoas que ainda dá para
fazer música diferente e livre de rótulos. Deixem o cabresto em casa. E
obrigado pelo espaço aqui no VIOLENT NOISE.
Fotos: Arquivo da banda
Comentários