Krivionterloi
É com muito
orgulho e satisfação que o VIOLENT NOISE realiza uma breve conversa com
Solitudine Sadness, criador e executor de diversos projetos musicais, dentre
eles o KRIVIONTERLOI, uma One Man Band oriunda de Manaus/Amazonas. Ele nos fala
um pouco sobre a ideia do projeto, o lançamento do primeiro Full-length e nos
revela que suas letras são inspiradas em experiências espirituais reais.
Apreciem sem
qualquer moderação!
Você já é autor
de outros projetos musicais como o SABACTÂNI. Como surgiu a ideia de montar o
KRIVIONTERLOI?
Solitudine Sadness:
Recomeço. Toda
vez que eu crio algo novo, é uma ideia de recomeço. Sempre tento fazer um novo
Sabactâni, que todas às vezes acaba não dando certo. No Krivionterloi eu tentei
dar o máximo pra que ele tivesse a mesma repercussão que o "Amazonas
Blackgaze" teve. O resultado da repercussão não foi como o esperado, mas
pelo menos saiu um trabalho feito com esforço, e eu te digo mais, a saga de
criar projetos acabou, já chega. O Krivionterloi foi meu máximo, pois ele e a
Sabactâni são meus projetos oficiais e ativos. Fora deles só farei parte de
outros projetos se for como participação especial, ou parceria com alguém
usando o nome de Solitudine Sadness.
Porque lidar com
mais um projeto musical?
Solitudine Sadness: Acredite, eu não queria isso. Acho que é
resultado de uma ambição por querer repetir a mesma dose, o que eu nunca
consegui. E também eu gosto muito de compor, eu gosto de gravar, isso é um
vício, mas isso foi ruim pra caramba, pois alguns ouvintes não enxergam isso
como uma coisa boa. Na Sabactâni eu lancei muitas músicas repetidas sem
necessidade, lancei vários projetos que não dá pra contar no dedo, acho que
foram mais de 20 projetos, tudo sem sucesso. Eu nunca aceitava a derrota de um
Single, e tentava vários outros, até me dar conta de que por mais que eu faça
um trabalho foda, mas não dar o valor real sem que soe artificial, nunca vai
dar certo. Graças que com o Krivionterloi foi tudo planejado, ele não é um
projetinho de Internet, é cadastrado, é profissional, mesmo sendo independente.
Ter vários projetos é motivo de vergonha, ainda mais quando ninguém conhece
metade deles. Se você está lendo isso e pretende ter uma banda um dia, por
favor, nunca cometa este erro, pois você deixa o seu público confuso e acaba
perdendo a credibilidade de muitos deles.
De onde surgiu o
nome e qual seu significado?
Solitudine Sadness:
Krivionterloi é
uma palavra que não existe, eu mesmo inventei, e a ideia de fazer um nome assim
é de facilitar nas buscas, caso alguém for procurar sobre o projeto na Internet
ou em qualquer outro lugar. Krivionterloi já é um nome único e específico, será
o primeiro a aparecer. E como eu inventei a palavra, é mais do que justo eu
mesmo dar um significado, não é mesmo? O Krivionterloi é uma saga dentro do
submundo, é baseado na crença espírita, focado no umbral. Krivionterloi é o nome
de uma cidade imaginária, que existe na minha mente e, sempre que faço uma
projeção astral, eu vou para Krivionterloi, o que muitos podem chamar de
umbral, limbo ou até mesmo setealém.
Como você
classifica o estilo musical do seu projeto?
Solitudine Sadness: Post-Black Metal, né cara? Sempre é e
busco fazer sempre um Blackgaze, mas nem sempre acerto (risos). A faixa
“Dopamina” é Blackgaze, a faixa “Umbral Astral Setealém” é um Doom/Black Metal,
“Meu Eu No Submundo Limbo” é Atmospheric Black Metal, “[I.n.f.i.n.i.t.a]
Síndrome de Abstinência” é Black Metal Melódico e “Abstinência” é Post-Black
Metal, ou seja, tem uma mistura gigante de várias vertentes do Black Metal, mas
o que faz elas serem únicas é a melancolia, mas no geral o Krivionterloi é uma
banda de Post-Black Metal.
Recentemente você
lançou "Contemplando a Aurora", o primeiro Full. Conte-nos como foi o
processo de composição e gravação deste material.
Solitudine Sadness:
Chata e demorada,
meu amigo. Pense numa coisa chata (risos). Foi trabalhoso pra caramba, dava até
preguiça às vezes, e muita raiva por não ter paciência de ficar ouvindo mais de
100 vezes a mesma música em um dia para reparar detalhes. Dava cansaço, deixei
de sair e fazer meus hobbies só pra me dedicar à gravação desse disco, amigo.
Durou mais de dois meses, pra você ter uma ideia, gravando e regravando. Isso
mesmo, gravando e regravando! Todas as vezes que eu achava que deveria melhorar
algo, eu regravava. Eu lembro que a “Dopamina” demorou mais de duas semanas pra
ser gravada, toda vez eu trocava um efeito, mexia na bateria, regravava a voz.
Mano, a voz!!Putz, como essa voz deu trabalho, cara! Meu gutural ultimamente
não está muito bom, eu confesso isso, e pra gravar o Krivionterloi foi um
trabalho gigantesco, pois a voz falhava sempre, não ficava do jeito que eu
queria, a captação às vezes me soava desagradável. Acredita que na hora de
lançar e cadastrar eu cancelei DUAS VEZES por causa da voz? Duas vezes!! O
álbum estava pronto, na hora de carregar tudo eu cancelei pra arrumar a
porcaria da voz, até que durou dois meses e meio, e eu cansei, disse CHEGA!!
Não vou mais masterizar, vai ficar desse jeito, e que se foda! (risos). E saiu
nesse resultado que vocês podem ouvir, e sim, eu fui exigente pra caramba comigo
mesmo.
A capa do
"Contemplando a Aurora" é muito bonita e chama a atenção. De onde
veio a ideia da foto e quem é o responsável por ela?
Solitudine Sadness: Olha, o responsável pela foto foi uma
empresa bem famosa, né? Entro no site dessa empresa todos os dias, mais
conhecida como Google (risos). Brincadeiras à parte, você acredita que o nome
daquela imagem se chama “Bright Beautiful Purple-Pink Sunrise and the Sun Rises
at Dawn from the Sea and Sky with Clouds Painted in Extraordinary Bright Colors”?
Nome gigantesco, não? Infelizmente eu não consegui entrar em contato com o
autor da foto, mas segundo o Google Imagens, ela está em domínio público, mas
caso o autor venha tomar satisfações irei responder com todo prazer. Agora
sobre a ideia da foto ser daquele jeito, é que o álbum conta histórias que se
baseiam naquele ambiente, a temática, a roupagem do álbum é tudo dentro daquela
atmosfera de aurora e pôr do sol bem avermelhado.
Você diz que as
letras do álbum são histórias reais vividas no submundo. Fale um pouco sobre
isso.
Solitudine Sadness:
São as minhas
projeções astrais. A música “Umbral Astral Setealém” aconteceu comigo. Eu faço
um resumo curto de uma das viagens mais loucas que já fiz. Pra quem não sabe,
projeção astral é quando você consegue sair do seu corpo e vai para o submundo.
Isso não é recomendado, mas sou um cara muito curioso, e quis correr o risco,
mas não aconselho ninguém a tentar fazer isso, pois por mais que o fio de prata
seja muito seguro, há boatos de que ele pode romper, e você morre dormindo,
deixando o seu espírito preso no submundo sem poder voltar. Isso na projeção
astral, ok? Com espirito, correto? Certo, agora vamos de outra história. A
canção “Meu Eu No Submundo Limbo” conta uma história real de uma brasileira que
conseguiu ir ao Submundo em CARNE, não em espírito. Isso para os bruxos é
impossível, para o espiritismo (que é a minha religião) mais impossível ainda,
você romper as camadas do submundo, mas enfim, tem pessoas que tem esse azar de
conseguir ultrapassar as camadas em carne, mas o foda é que assim, tu morre
(risos). Pra voltar é uma droga, tem que achar um portal, o mesmo que levou você
ao limbo, a pessoa fica presa lá há semanas, mas o tempo longo lá é bem curto
para nós aqui. No caso essa moça (que infelizmente não podemos revelar o nome
por respeito à mesma) ficou lá por uns dias e, quando voltou, os familiares nem
se deram conta da sua ausência, pois não havia passado menos de uma hora.
Louco, né? Ficou mais curioso? Vai ouvir o álbum no Bandcamp, que lá tem as
letras pra você viajar e ainda as fotos, né? Aquele ambiente obscuro e vazio, é
aquilo que vemos quando vamos para o limbo, ou melhor, para Krivionterloi!
Mande um recado
aos fãs do seu projeto, aos seus seguidores.
Solitudine Sadness:
Me desculpem, por
vacilar nos meus lançamentos. Peço de volta a sua credibilidade no meu
trabalho, e quero agradecer aqueles que ainda me acompanham e me seguem. Muito
obrigado! Vocês são demais, sempre vou dar o meu melhor para um trabalho de
qualidade pra vocês. O Krivionterloi não vai parar e quero lançar um
Full-length a cada dois anos! Aprecie o “Contemplando a Aurora” que em 2020
teremos uma continuação. Valeu!!
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