Concrete Monkey
Mais uma
entrevista de peso no VIOLENT NOISE. Desta vez conversamos com o CONCRETE
MONKEY, Power Trio de São Paulo que faz um som pesado, criativo e psicodélico.
Nesta breve conversa, o grupo nos relatou várias informações: origem, mudança
de formação e sonoridade, lançamentos, planos futuros e outros detalhes.
Confiram a
entrevista e apoiem o nosso cenário Underground e Independente. Demais detalhes
também podem ser obtidos no Facebook oficial da banda.
Apreciem,
divulguem e prestigiem!
O CONCRETE MONKEY
foi formado em fevereiro de 2013. Como surgiu a ideia de formar o grupo e de
onde vem a inspiração para o nome?
CONCRETE MONKEY: O grupo foi fundado por Vinícius
Rodrigues e Henrique Stella, que queriam uma banda que buscasse uma sonoridade
distinta, que sintetizasse o “lado B” das suas influências musicais. Não havia
pretensão de ser exclusivamente uma banda de um estilo A ou B, mas algo que
desse prazer de tocar e fugisse do óbvio. Depois de algum tempo, por uma
questão de afinidade musical, a banda caminhou para um lado mais Rock´n´Roll
psicodélico e pesado.
Já a ideia do
nome surgiu de um grande amigo e parceiro da banda, que por alguma razão viu o
nome CONCRETE MONKEY como “a cara da banda” e sugeriu ao acaso. Felizmente a
gente se identificou e gostou da ideia, passando a adotar esse nome desde
então.
Em 2019 a banda
iniciou uma nova fase sonora, correto? Como isso aconteceu?
CONCRETE MONKEY: Correto. Até o final de 2018, a banda contava com mais um integrante,
além do Henrique, Vinícius e Felipe (baixo, bateria e guitarra,
respectivamente), o João, que fazia voz e violão, e que de alguma forma trazia
alguma brasilidade e uma sonoridade um pouco mais comercial para a banda. Como
parte de um processo natural na evolução musical do CONCRETE, que foi caminhando
para uma sonoridade mais pesada, alternativa e psicodélica, esta brasilidade
começou a se desvincular das composições, o que depois acabou coincidindo
também com saída do João. Nesta nova fase, o Henrique assumiu a voz principal,
e uma nova fase de composições, com muitos elementos que ficaram represados na
fase anterior da banda, acabou sendo canalizada e resultando num novo álbum:
“High in Blue”.
Quais as principais influências musicais?
CONCRETE MONKEY: As influências são diversas, não queríamos sugestionar o público e
preferimos que ele tirasse suas próprias conclusões (risos), tanto em termos de
bandas que influenciaram como em estilos, mas de uma forma coletiva pode-se
dizer que há influências de Rock Progressivo, Psicodélico, Grunge, Sludge e até
um pouco de Stoner. As faixas são bastante plurais e quem ouvir o álbum inteiro
na sequência vai conseguir perceber essa evolução, esse passeio pelas
diferentes vertentes pelas quais o projeto permeou durante o processo de
composição.
Como se dá o
processo de criação de letras e composições?
CONCRETE MONKEY: Não há um processo padronizado. De uma forma geral, quando a ideia
inicial surge de um dos integrantes, sempre há a adição dos arranjos dos outros
integrantes. Assim, tem músicas em que a maior parte é feita por um integrante,
mas sempre com produção, finalização e adição de elementos dos demais. Há
outras em que o grupo compõe junto, sem uma ideia prévia de alguém e estas
costumam ter um resultado diferente e interessante. Essa coisa do processo de
composição é muito dinâmica e acreditamos que, portanto, esse processo pode ir
evoluindo e mudando ao longo tempo, como de fato foi o que ocorreu. No “High in
Blue” há músicas que a ideia inicial veio do Henrique (baixo e linha de voz),
outras do Felipe (guitarra e linha de voz) e outras que o grupo compôs
integralmente junto.
Quanto às letras,
também não há uma forma padronizada que o CONCRETE trabalha. Neste álbum a
maioria das letras é do Henrique, sendo que uma foi escrita pelo Felipe (“Last
Blues”). Não existe uma regra, mas escrever a letra é uma tarefa complicada
para os três, então, geralmente se alguém chegar primeiro com alguma coisa que
faça algum sentido (ou não), provavelmente essa é a letra que vamos usar
(risos).
Quais materiais
vocês já lançaram?
CONCRETE MONKEY: Bom, com relação ao “High in Blue”, em 2019 lançamos 3 singles do
álbum: “High in Blue”, “Cursed Spit” e “Happy Loser”.
Antes disso, na
fase anterior da banda, vínhamos lançando alguns singles desde 2014, quando a
banda lançou o primeiro EP. Parte deste trabalho da fase anterior da banda
também pode ser encontrada nas nossas plataformas de Streaming.
Como foi fazer o
“High in Blue” e qual a repercussão desse material?
CONCRETE MONKEY: Simplesmente maravilhoso. Muito gratificante mesmo. Foi a
materialização dos nossos anseios musicais e ímpeto criativo. Acreditamos que
independentemente da repercussão que teria, continuaríamos amando o trabalho
que fizemos, pois antes de mais nada ele agradou principalmente a nós, o que é
uma parte importante nessa dinâmica musical de criação. Fizemos aquilo que
queríamos e acreditávamos, sem nenhuma amarra artística ou comercial e só isso
já foi um prêmio para nós. Para a nossa felicidade maior ainda, a recepção do
público que nos ouve foi excelente, até melhor do que esperávamos. Embora já
tenha sido lançado há mais de um mês, ainda estamos trabalhando na divulgação,
então na verdade essa repercussão continua “ocorrendo”, de forma que até o
momento não temos balanço final de tudo isso. Mas até agora estamos sendo
premiados dia a dia com pessoas que estão se identificando com o trabalho, o
que nos motiva a querer continuar fazendo a música que acreditamos e não aquela
que esperam que façamos.
Quais os maiores
desafios de uma banda independente e quais os planos futuros do grupo?
CONCRETE MONKEY: O maior desafio é não permitir que as dificuldades gerais que se têm
quando não se vive de música (isso significa principalmente tempo menor pra
trabalhar nela), te empurrem para uma experiência musical que se limita ao
hobby. Ou seja, ter uma banda requer que você dedique parte grande do seu tempo
ensaiando, tocando sozinho, fazendo trabalho de divulgação e também consome
recursos financeiros. Enfim, é necessário fazer por gostar de verdade, se não a
chance de você querer ter sua vivência musical apenas como hobby aumenta muito
se isso não for sua profissão. Somado a isso existe todo o resto que, sendo uma
banda associada a alguma gravadora comercial ou produtora de relevância, não é
você que tem que bancar viagens para shows fora, estadias, divulgação, tudo é
por sua conta, então tem que realmente gostar muito.
Pra esse ano de
2020 lançamos o videoclipe da “Cursed Spit” no dia 1º maio e, no segundo
semestre, se o cenário externo permitir, excursionar pelo interior de São Paulo
pra fazer shows e divulgar o trabalho.
Para finalizar,
gostaríamos de deixar o espaço aberto a vocês. Mandem um recado aos fãs do
CONCRETE MONKEY.
CONCRETE MONKEY: Primeiro de tudo, muito obrigado. Obrigado a quem se dá o trabalho de
ir aos shows, acompanhar a banda nas redes sociais, e até aqueles que um dia se
deram o trabalho de clicar em algum recurso de divulgação e acabaram se
interessando e conhecendo a banda através disso. Tudo isso é importante e, por
mais que se faça a música por prazer e amor, é o público que nos motiva a
continuar a aperfeiçoar aquilo que mais gostamos de fazer. Um grande abraço e
continuem nos acompanhando!
Fotos: Arquivo da Banda
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