MUFA
O MUFA é um
quarteto formado em São Paulo e pratica uma sonoridade agressiva misturando
dois estilos extremos: Death Metal com Hardcore. Cássio (bateria), Edinho
(vocal), Fernando (baixo) e Hudson (guitarra) são os componentes responsáveis
pela devastação sonora que o grupo espalha no nosso Underground. O VIOLENT
NOISE teve a honra de conversar com a banda e conhecer alguns detalhes que por
eles foram revelados.
Não deixem de
conferir a entrevista e, obviamente, o som poderoso que executam.
O MUFA está na
ativa desde 2008. Como iniciou a ideia de montar a banda?
Mufa: Nós já éramos maconheiros de longa data,
morávamos bem próximo uns dos outros e sempre nos reuníamos para fumar um e
tomar uma breja! E como a gente curtia um som e cada um sabia tocar alguma
coisa, resolvemos montar a banda somente por diversão. Era um momento de lazer,
descontração, às vezes a gente compunha uma música no ensaio e no outro já
havia esquecido. Ficamos nessa brincadeira canábica um bom tempo! Assim que o
Hudson entrou, em 2011, algumas coisas mudaram, a gente estava na pegada de
tocar nas Gig’s que rolavam pelo Underground, de gravar um CD, fazer turnê,
enfim, divulgar nosso som por aí e levar mais a sério. Foi onde o MUFA começou
a cair na estrada, literalmente!
Comente sobre a
criação do nome e conteúdo das letras.
Mufa: Uma galera acha que MUFA é um anagrama
para FUMA, mas não é, porém como é relacionado a erva, fumar, a gente dá risada
e diz que pode ser também, sem problemas. Na real, MUFA é maconha, nas antigas
a gente se referia à maconha como MUFA! Daí em um momento esfumaçante tivemos a
ideia de colocar MUFA como nome da banda, uma vez que todos gostam da plantinha
mais do que de lasanha!Em relação às letras, elas variam umas das outras.
Falamos de drogas, violência, ideias de contracultura e toda desgraça da nossa
existência miserável.
Quais as
principais influências do grupo?
Mufa: Cada membro da banda tem sua
particularidade de som, suas influências pessoais e isso reflete nas
composições e postura que adotamos. Daí o resultado é esse: um som porrada, sem
firula, misturando várias vertentes dentro da música pesada.
A gente também
sofre influência direta das bandas que dividem palco conosco, são gente como
nós, trabalhadores que ralam pra levantar a bandeira do Underground e “fazer
acontecer” mesmo sem muitos recursos. Tipo, tocam até de madrugada no domingo e
vai trabalhar na segunda com uma puta ressaca, porém extremamente satisfeito e
pronto para outra. Isso sim é influência, isso é um puta aprendizado!
Outras bandas que
influenciam bastante a gente são as que frequentemente fazem shows aqui em
Sampa, como Violator, Krisiun, Questions, NervoChaos, Andralls e também as mais
famosas que, às vezes rolam por aqui, como Sepultura, Brujeria, Cannibal Corpse,
Slayer.
Em 2015 vocês
lançaram o "Brutality Show", o primeiro e único álbum até o momento.
Como se deu o processo de gravação e lançamento e qual repercussão este
material trouxe para vocês?
Mufa: A criação é uma das partes mais
prazerosas em ter uma banda, a liberdade de criar e expor suas ideias em forma
de música é muito foda, porém a parte de gravação foi um pouco mais complicada
devido às questões financeiras. No MUFA não tem playboy. Hoje, ter uma banda
Underground é praticamente um hobby, onde poucas vezes você tem um retorno
próximo do que foi investido, mas como ninguém nasceu quadrado, a gente fez
várias correrias para conseguir arranjar a grana. Para o “Brutality Show” sair,
vendemos breja na porta de estádio, o que deu uma grana legal para gravação. Em
outra situação, tomamos um prejuízo monstro quando fomos tentar vender no
Lollapalooza e a GCM confiscou nossa mercadoria. Enfim, fizemos várias paradas
pra conseguir gravar e concretizar nosso CD de estreia. Lançamos 666 cópias do
álbum físico em 2016, a repercussão foi do caralho! Logo que saiu na Internet
fizemos uns shows no interior, tocamos bastante na grande São Paulo e agora
estamos finalizando nosso primeiro Vídeo Clipe que é da música "Hard
Straight Line”.
De que forma
vocês enxergam hoje o cenário do Metal/Hardcore no âmbito nacional?
Mufa: No Brasil tem banda boa pra caralho! De
norte a sul, a cena Underground traz muita coisa foda. Muitas bandas de atitude
e com ótimos músicos! O cenário Underground resiste como sempre resistiu,
sempre sobreviveu sem precisar “pedir penico” para ninguém. Tem zines, blogs,
mídia especializada, selos, produtores,
tudo dentro da perspectiva do “faça você mesmo”. Claro, como em todo lugar tem
sempre os espertalhões, aproveitadores, sem contar os idiotas que não saem da
frente do computador e não apoiam a cena local. Também tem os que pagam 100
reais para ver gringo, mas não pagam 10 pra ver o amigo. Esses são minoria, a
maioria cola nos shows e fortalece a cena como pode.
Planos para
lançamentos futuros?
Mufa: Em janeiro de 2018 filmamos o vídeo clipe
da música “Hard Straight Line” e, nesse momento, estamos em processo de edição,
o que vai levar um tempo para ficar pronto. Talvez gravemos mais um clipe desse
CD, finalizando o “Brutality Show” em grande estilo e partindo para o próximo.
Por incrível que pareça, já estamos criando pauladas novas, surgindo as
primeiras ideias, conversando sobre
letras e experimentando alguns riffs. O bagulho é louco e o processo é lento,
mas vai sair! A expectativa é que até o começo do ano que vem as músicas já
estejam prontas, daí é só fechar com algum estúdio e gravar o segundo álbum.
Isso é um plano inicial, porém vamos ver o que acontece no decorrer desse
tempo.
Que banda vocês
se sentiriam honrados em fazer um show de abertura e por qual motivo?
Mufa: Cara, com certeza o BRUJERIA! Somos
maconheiros satânicos e seria uma honra abrir o show deles. Toda vez que eles
tocam aqui no Brasil a gente cola e depois de umas cachaças a mais e uns
baseados, a gente comenta que seria fudido abrir o show deles. Quem sabe um
dia?
Para encerrarmos
o nosso bate papo, mandem um recado aos amantes da música pesada e aos
apreciadores do MUFA.
Mufa: Agradecemos a toda galera que fortalece o
Underground, que faz o bagulho virar e não morrer! Vamos nos unir e valorizar a
nossa cultura! Compareçam nos eventos que rola na sua cidade, adquira o
material das bandas e sempre curta o rolê na paz e tranquilidade. Aos
apreciadores do MUFA: vocês têm péssimo gosto, hein??? Brincadeira... Mas
enfim, obrigado a todos que colam nos shows e fazem a festa acontecer. Abraço
marofado e legalize marijuana.
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